Faz pouco mais que oito anos que ouvi falar de um casal que se instalou no deserto. Era árido, quente e não havia nada à sua volta, mas eles tinham aquele pequeno, mas verdejante oásis que lhes dava vida. Pequenas sebes e arvores altas, sombra e uma fonte donde brotava a mais pura e fresca água para um pequeno lago cristalino.
Naturalmente havia adversidades. Eram pobres e viviam do pouco que ela conseguia cultivar e da parca caça que ele trazia para casa. Mas eram felizes porque tinham aquilo que verdadeiramente sempre os alimentou: um ao outro.
Parece estranho querer viver assim, no deserto, mas a felicidade era tanta que começou a atrair outras pessoas. Primeiro foram duas, depois mais duas, depois famílias inteiras e a paisagem ficou diferente. Começaram as construções, algumas altas, canalizaram a água da fonte, cortaram as arvores porque agora eram os prédios que faziam sombra.
O casal fundador começou a sofrer com as mudanças pois o oásis já não existia. Tiveram que se adaptar, e conseguiram-no, durante algum tempo, mas a confusão daquela cidade e as distracções eram tantas que era difícil manter o estilo de vida a que se tinham habituado.
A natureza encontra sempre uma solução e o peso daquela pegada ecológica era já de tal modo incomportável que numa madrugada qualquer ouviu-se um ruído medonho, como se viesse das entranhas do mundo, e o chão começou a tremer e as paredes a abanar e todas as pessoas a gritar e chorar enquanto tudo desabava perante os olhos daquele casal que incrédulo via a sua tenda se manter em pé. Quando a nuvem de pó assentou não restava nada de pé; todos sofreram, muitos morreram e quase todos decidiram abandonar o deserto excepto os fundadores. Quando nada mais estava no caminho e de novo se conseguia ver o horizonte, o oásis estava ainda lá!
Veio novo barulho temeroso, mas desta feita era um trovão e choveu. Choveu como nunca antes desde que lá chegaram. Limpou a poeira e começou de novo a formar um lago junto às sebes que ainda lá estavam, mas sujas, e que agora de novo se via o verde.
“Só faltam as arvores” disse ela, ao que ele respondeu “Vão rebentar de novo com esta chuva, depois só temos que, juntos, cuidar delas.”
Naturalmente havia adversidades. Eram pobres e viviam do pouco que ela conseguia cultivar e da parca caça que ele trazia para casa. Mas eram felizes porque tinham aquilo que verdadeiramente sempre os alimentou: um ao outro.
Parece estranho querer viver assim, no deserto, mas a felicidade era tanta que começou a atrair outras pessoas. Primeiro foram duas, depois mais duas, depois famílias inteiras e a paisagem ficou diferente. Começaram as construções, algumas altas, canalizaram a água da fonte, cortaram as arvores porque agora eram os prédios que faziam sombra.
O casal fundador começou a sofrer com as mudanças pois o oásis já não existia. Tiveram que se adaptar, e conseguiram-no, durante algum tempo, mas a confusão daquela cidade e as distracções eram tantas que era difícil manter o estilo de vida a que se tinham habituado.
A natureza encontra sempre uma solução e o peso daquela pegada ecológica era já de tal modo incomportável que numa madrugada qualquer ouviu-se um ruído medonho, como se viesse das entranhas do mundo, e o chão começou a tremer e as paredes a abanar e todas as pessoas a gritar e chorar enquanto tudo desabava perante os olhos daquele casal que incrédulo via a sua tenda se manter em pé. Quando a nuvem de pó assentou não restava nada de pé; todos sofreram, muitos morreram e quase todos decidiram abandonar o deserto excepto os fundadores. Quando nada mais estava no caminho e de novo se conseguia ver o horizonte, o oásis estava ainda lá!
Veio novo barulho temeroso, mas desta feita era um trovão e choveu. Choveu como nunca antes desde que lá chegaram. Limpou a poeira e começou de novo a formar um lago junto às sebes que ainda lá estavam, mas sujas, e que agora de novo se via o verde.
“Só faltam as arvores” disse ela, ao que ele respondeu “Vão rebentar de novo com esta chuva, depois só temos que, juntos, cuidar delas.”
Lembrei-me desta estória porque ouvi dizer que ainda hoje lá vivem, só que agora em vez de dois, são três.
Às vezes é preciso acontecer uma catástrofe para deixar a descoberto aquilo que realmente importa.

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