Ensaio sobre a ressureição
Atravessei, à mingua,
um deserto enfermo,
ergui das areias
as mãos secas de suor,
dancei nú
nas brasas deste sol,
cuspi cravos de gelo
e unhas de dor.
Acordei pobre e debelado,
frágil, ferido e temente,
chorei laços firmes,
desolados,
abracei espinhos em sangue quente.
Nunca vi este mar.
Nunca o cruzei.
Nunca tive a ilusão.
Mas quando molhei meus pés
julguei-me morto
de tão sublime sensação.
um deserto enfermo,
ergui das areias
as mãos secas de suor,
dancei nú
nas brasas deste sol,
cuspi cravos de gelo
e unhas de dor.
Acordei pobre e debelado,
frágil, ferido e temente,
chorei laços firmes,
desolados,
abracei espinhos em sangue quente.
Nunca vi este mar.
Nunca o cruzei.
Nunca tive a ilusão.
Mas quando molhei meus pés
julguei-me morto
de tão sublime sensação.
NMS
